Recursos Biológicos

Os Recursos Biológicos são o conjunto de materiais e energia que o Homem pode obter a partir de todos os seres vivos que têm ou poderão vir a ter valor para a Humanidade. E não há dúvida que o nosso planeta possui uma enorme Biodiversidade, isto é, possui uma enorme diversidade de organismos vivos, muitos dos quais certamente ainda por identificar.

Os Recursos Biológicos são utilizados pelo Homem de diferentes modos:

·         a Alimentação – através da agricultura, da pecuária, da caça, da pesca e da recolha ou da piscicultura, obtêm-se vários alimentos, como os vegetais, cogumelos, mel, carne, ovos, peixe, etc.

·         Na Produção de Matérias-primas – Vários produtos derivados de plantas e animais (lã, algodão, couro, madeira) são utilizados na produção de vestuário, calçado, mobiliário, papel …

·         Medicina – Muitas plantas têm nos seus princípios activos efeitos terapêuticos que são utilizados na produção de medicamentos e vacinas.

·         Actividades Económicas – turismo

Consequências da utilização de recursos biológicos:

Os recursos biológicos consideram-se à partida inesgotáveis, mas a sua sobreexploração (a sua exploração acima da sua capacidade de renovação) pode levar à sua ruptura.

Por outro lado, a perda da Biodiversidade é a principal consequência, da incorrecta utilização dos recursos biológicos. Com efeito, a produção e o consumo sem controlo dos recursos biológicos têm consequências negativas para os ecossistemas e também para a população humana, com a destruição de habitats, a poluição e a extinção de espécies.

Um exemplo da destruição de habitats na floresta tropical é a desflorestação causada pelo abate de árvores para o comércio de madeira exótica e para a obtenção de terrenos de pastagens e campos de cultivo. Em Portugal, a substituição de floresta por monoculturas de pinheiros e eucaliptos, além de aumentar a ocorrência de incêndios florestais, tem provocado a diminuição da biodiversidade.

Um exemplo da poluição devido à agro-pecuária é a poluição da água e dos solos, quer por excesso de agroquimicos quer pelo lançamento dos excrementos dos animais.

As principais ameaças aos recursos biológicos estão relacionadas com:

·         Sobreexploração – Com efeito o crescimento da população humana conduziu a uma exploração dos recursos naturais mais intensa, acima da capacidade de renovação dos mesmos.

Por exemplo: com a necessidade de produzir maior quantidade de alimento, devido ao aumento demográfico, o Homem começou a fazer uma agricultura mais intensiva da terra, o que pode fazer com que esta deixe de produzir.

A caça e a pesca excessiva põem em perigo muitas espécies, assim como a de outros animais que delas se alimentam. Mais concretamente no caso da pesca, esta deixou de ser artesanal e passou a ser industrial, permitindo o pescado de grandes quantidades de espécies marinhas. Algumas redes de pesca têm malhas muito reduzidas sendo apanhadas as espécies mais pequenas ainda em crescimento. A situação é já tão dramática que a União Europeia e a FAO determinaram cotas de captura, interdições e a adopção de práticas de pesca sustentáveis.

A melhor gestão dos recursos aquáticos, pode ajudar a preservar a biodiversidade nos oceanos.

·         Introdução de espécies exóticas – Esta provoca um desequilíbrio no Ecossistema, onde antes não existiam, pois as novas espécies podem trazer e espalhar novas pragas e doenças, para além de que está em vantagem a competição com as espécies locais, porque não têm predadores no novo habitat e podem trazer também prejuízos económicos às populações (por exemplo determinados insectos são autenticas pragas para os agricultores que vêm a sua produção devastada).

·         Tráfico ilegal de plantas e animais – O Homem apesar de ter ilegalizado o comércio de plantas e animais selvagens, verifica-se que este ainda continua. Por exemplo: muitas aves são capturadas no seu habitat natural e comercializadas como animais de estimação; os elefantes continuam a ser abatidos por causa do marfim dos seus dentes, etc. 

·         Degradação, a destruição e a fragmentação de habitats

A poluição de ar e da água tem degradado muitos habitats (exemplos: as descargas de poluentes industriais e de esgotos no rio Sado põem em perigo os golfinhos; a lontra encontra-se ameaçada devido á poluição dos rios por fertilizantes).

A limpeza dos leitos dos rios e a substituição de ecossistemas por monoculturas de cereais ou por florestas monoespecificas degradam os habitats porque os empobrecem.

A agricultura, a exploração florestal, a expansão urbana e industrial, assim como a pesca de arrasto são responsáveis pela destruição de um grande número de habitats.

A utilização de pesticidas e herbicidas na agricultura causam alguns danos ao Ambiente e ao próprio Homem.

A fragmentação de habitats pode acontecer com a construção ou existência de vias de comunicação (estradas, auto-estradas, etc.) isolando as populações e dificultando as migrações.